quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Alto e Baixo Egito

O Baixo Egito é a região mais ao norte do Egito. Refere-se ao fértil Delta do Nilo, que se estende desde a área entre El-Aiyat e Dahshur Zawyet, sul da moderna Cairo, ao Mar Mediterrâneo.

O Alto Egito é uma faixa de terra, em ambos os lados do Vale do Nilo, que se estende desde os limites da catarata ao norte do atual Assuão para a área entre El-Ayait e Dahshur Zawyet (que fica ao sul do atual Cairo). O trecho norte do Alto Egito, entre El-Ayait e Sohag é às vezes conhecido como Médio Egito.

Abaixo, o mapa:


Antes da unificação do Egito, existiam duas regiões; o Baixo e o Alto Egito. Essas regiões eram formadas por nomos que nada mais eram que divisões de governo. Cada nomo possuía sua divindade principal e cultuavam milhares de deuses, tinham seus líderes, seus templos, seus sacerdotes e eram muito organizados. Para aproveitar melhor as águas do rio Nilo, os nomos precisaram colaborar mutuamente, passando a construir canais de irrigação que garantissem uma agricultura eficaz. Com o passar dos anos, essas alianças começaram a se tornar uma “mini-unificação interna” que a frente resultou na formação do estado egípcio unificado.
Segundo BAINES; MALIK (2004, p. 15), “Os nomos foram divisões administrativas do Egito, cujas origens remontam ao começo do período dinástico. Os 22 nomos do Alto Egito foram estabelecidos pela V dinastia, e sua extensão ao longo do rio é lembrada pelo templo de Senusret I em Karnak [...] Quanto ao Baixo Egito, o número definitivo de 20 nomos não foi estabelecido antes do período Greco-romano. El Fayun e os oásis não faziam parte do esquema. O número total de 42 nomos tinha um valor simbólico: 42 eram os juízes dos mortos, e um escritor cristão dos primeiros tempos, Clemente de Alexandria (século II), afirma que os egípcios tinham 42 livros sagrados.”

Os Faraós, ou o nome egípcio original, Nisut, eram os Governantes Egípcios, que antes da unificação das terras, possuía um no Alto Egito e outro no Baixo Egito, para diferencia-los, usavam coroas representando seus reinados.

O Alto Egito era representado pela coroa branca e seu principal símbolo era o Lótus e a deusa abutre, Nekhbet
Coroa Branca ou Hedjet
O Baixo Egito era representado pela coroa vermelha e seu principal símbolo era o Papiro e a deusa cobra, Wadjet.

Coroa Vermelha ou Decheret

O Alto e Baixo Egito não era somente "reinados" ou "regiões", compreendendo o Egito como um estado teocrático, vemos que existiam divindades patronas dessas regiões ao qual protegiam e representavam o Alto e Baixo Egito.

Representando o Alto Egito, temos Set, Senhor da Terra Vermelha



Representando o Baixo Egito, temos Heru-Wer, ou Horus - O Antigo:



Narmer foi um Nisut da Época Tinita (século XXXII a.C.). É pensado que ele é o sucessor do Nisut protodinástico Escorpião II (ou Selk) e/ou Ka, e é considerado como sendo o unificador do Egito e fundador da Primeira Dinastia, e portanto o primeiro faraó do Egito unificado. Podemos constatar isso com a Paleta de Narmer  que se refere a uma placa cerimonial egípcia (ou, segundo outros autores, uma base para maquilhagem) com inscrições e relevos representando o acontecimento histórico da unificação do Alto e Baixo Egipto sob o rei Narmer (possivelmente outro nome para Menes ou um antecessor seu) e que data de, aproximadamente, 3100 - 3200 a.C. contendo alguns dos mais antigos hieróglifos atualmente conhecidos.  





Foi a partir de Narmer que os Nisut começaram a usar a coroa dupla, ou em egípcio antigo, Sejemty como vemos a seguir:

Coroa Dupla - Sejemty
Nisut Set I em Abdus


Imagem de Heru-Wer em Edfu com a Coroa Sejemty 
 O Egito permaneceu unido por praticamente toda sua história a partir de Narmer, tendo somente algumas interrupções conhecidas como Períodos Intermediarios.





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