sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Invocação a Isis
Eu contemplei uma grande maravilha no Céu, uma mulher vestida de Sol com a Lua aos seus pés. E sobre sua cabeça estava um diadema de doze estrelas. Ouça-me, Oh Senhora Ísis, ouça e salve.
Oh tu, rainha do amor e da misericórdia, tu coroada com o trono, tu transportada como pela Lua.
Tu cujo semblante é brando e radiante, como a relva refrescada pela chuva. Ouça-me, nossa Senhora Ísis, ouça e salve.
Oh tu que é manifesta na matéria. Tu és noiva e rainha assim como tu és mãe e filha do Assassinado. Oh tu que és a Senhora da Terra.
Ouça-me, oh Senhora Ísis, ouça e salve. Oh tu, Dama da pele âmbar. Senhora do amor e da vitória, portal radiante de glória através dos céus sombrios.
Oh coroada com a Luz e vida e amor. Ouça-me, nossa Senhora, ouça e salve por tua sagrada flor, o Lótus da vida e beleza eternas; por teu amor e misericórdia; por tua ira e vingança; por meu desejo para contigo, por todos os nomes mágicos de antanho ouça-me, oh Senhora, ouça e salve. Descubra teu peito para tua criança, estenda adiante teus braços e aperte-me contra teus seios.
Deixe que meus lábios toquem teus lábios inefáveis. Ouça-me Senhora Ísis, ouça e salve. Erga tua voz para ajudar-me nessa hora crítica. Erga a tua voz mais musical. Grite alto, oh rainha e mãe, para salvar-me daquilo que eu mais temo. Eu te invoco para iniciar a minha alma. O rodopio da minha dança, possa ser um espelho e um elo com tua grande luz, para que na hora mais escura, a Luz possa surgir em mim e levar-me para tua própria glória e incorruptibilidade.
Ísis sou eu, e da minha vida são alimentadas todas as torrentes e sóis, todas as luas que crescem e minguam, todas as estrelas e correntezas, os vivos e os mortos, o mistério do prazer e da dor.
Eu sou a Mãe. Eu sou o mar que fala. Eu sou a Terra em sua fertilidade. Vida, morte, amor, ódio, luz, escuridão, voltam à mim, à mim. Ísis sou eu, e para minha beleza fluem.
Todas as glórias do Universo se curvam, a flor e a montanha e a aurora. Frutas rosadas e mulheres são criações coroadas. Eu sou a sacerdotisa, o sacrifício, o santuário. Eu sou o amor e a vida do Divino. Vida, morte, amor, ódio, luz, escuridão, certamente são meus, são meus. Ísis sou eu, o amor e luz da Terra, a riqueza dos beijos, a delícia das lágrimas, o íntimo e o prazer nunca nascidos, o infinito e interminável desejo dos anos.
Eu sou o santuário no qual teu desejo tenaz te devora com fogo intolerável. Eu sou a música cantada, paixão, morte sobre tua lira, tua lira. Eu sou o cálice e eu sou a glória agora. Eu sou a chama e o combustível do teu fôlego. Eu sou a estrela de Deus sobre tua fronte. Eu sou a tua rainha arrebatada e possuída. Das alturas eu dou a estes rios doces as boas vindas ao mar, oceano de amor que te envolverá. Vida, morte, amor, ódio, luz, escuridão, voltam à mim, à mim.
Ouça, Senhora Ísis, e receba minha prece. A ti, a ti, eu venero e invoco. Saúdo à ti, mãe única da minha vida.
Eu sou Ísis, mestra de toda a terra. Eu fui instruída por Thot, e com Thot eu inventei as escritas das nações a fim de que nem todos pudessem escrever com as mesmas letras. Eu dei à humanidade suas leis, e consagrei o que não pode ser alterado. Eu sou a filha mais velha de Nut. Eu sou a esposa e a irmã do rei Osíris.
Eu sou aquela que nasce na estrela do cão. Eu sou aquela que é chamada de deusa, se mulher. Eu sou aquela que separou o Céu da terra. Eu indiquei os caminhos às estrelas. Eu inventei a arte da navegação. Eu uni homens e mulheres. Eu ordenei que os mais velhos fossem amados pelas crianças. Com meu irmão Osíris eu dei um fim ao canibalismo. Eu instruí a humanidade nos mistérios.
Eu ensinei reverência às estátuas divinas. Eu estabeleci os recintos do Templo. Eu derrubei o jugo dos tiranos. Eu fiz com que os homens amassem as mulheres. Eu fiz a justiça mais poderosa do que prata e ouro. Eu fiz com que a verdade fosse considerada bela. Venha para mim e prometa-me sua lealdade como eu prometo a minha à você.
Oh mãe Ísis, grande és tu em teu esplendor, poderoso é teu nome e teu amor não tem limites. Tu és Ísis, és tudo que sempre foi, e tudo que sempre será, pois nenhum homem mortal jamais te desvendou. Em toda a tua graça tu produzistes o sol, a fruta que nasceu para a redenção do homem.
Oh Ísis, Ísis, Ísis, graciosamente ouça nosso brado à ti, nós pranteamos por tuas bençãos sobre nós neste dia, todos os dias, para nutrir, para ajudar e preencher o vazio interior, que somente você, nossa amada mãe, pode satisfazer. À ti empenhamos nosso juramento solene de dedicação, e pelo poder e glória dele, o Um Transcendente, para testemunhar nossa devoção à ti.
Porquanto agora te recebemos em nossos corações, pedimos que nunca nos deixes, em tempos de tribulação e regozijo, e mesmo na morte.
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Um comentário:
Muito bom seus textos no seu blog. Gostaria de conversar mais sobre tais assuntos. Se quiser adicionar eu agradeço: van.lord.threvus@live.com
Um forte abraço!
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